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Quero ser grande.

  • Britto, R.S.
  • 1 de out. de 2017
  • 2 min de leitura

Quem nunca desejou crescer logo... e ser grande pra poder fazer tudo que queria e não podia?

E quem cresceu e conseguiu isso?


Nessa reflexão vejo que só o que muda com os anos que vamos completando são os quereres e os poderes... afinal de contas, é inevitável que em vários momentos das nossas vidas, acabemos nos pegando com sentimentos de insatisfação com o que temos, onde chegamos ou que viemos construindo. Nunca tá bom, sempre é diferente do que se desejava anteriormente.


No entanto, também penso que se não fosse essa nossa vontade de mudar, não cresceríamos, pelo menos não internamente, e por isso é até compreensível a gente as vezes querer sair daquelas regras, controles, e dependência de quando se é criança ou novo, e de situações desfavoráveis e incomodas quando já adultos.


Vivendo já 30 anos , cai a ficha...quando eramos pequenos a solução de quase tudo estava só em crescer, agora já constato que muitas vezes envelhecer além de não ser mais solução de nada pode ainda acabar sendo um problema maior, devido não só ao físico cansado, mas também pelas milhões de responsabilidades e preocupações que acabamos por adquirir ao longo do tempo que temos que viver, e a vida que acabamos programando fazer.


Uma vez li que "Crescer Dói", e dói. É cada tapa que a vida dá... e cada cicatriz que fica.


Sempre paro pra pensar nos momentos de conforto, felicidade, alegria, euforia enfim de momentos que geraram em mim sensações boas de bem estar depois de "ser grande", e posso enumerar realmente poucos. Eu só não sei se isso se deve ao fatos deles terem acontecido mesmo poucas vezes, ou ser por que nos tornarmos adultos sofridos por tanta coisa que passamos a sermos mais criteriosos e exigentes com que consideramos ser uma coisa que nos faz bem ou nos deixa "Feliz". Ao mesmo tempo também, curiosamente coisas simples acabam por nos completam de uma forma inacreditável, as vezes.

Pra encerrar, agora que já passou, acabo por voltar no tempo... e lembrar do sentimento BOM que eu tinha na época da minha infância. Nas sextas e sábados eu podia ficar até mais tarde acordada sem problemas de levantar cedo no outro dia para o colégio, e tinha sempre a companhia inseparável da minha mãe. Éramos ás ultimas normalmente a deitar pois ficávamos assistindo TV na sala (por acado a única da casa na época). Eu lembro de como eu me sentia bem deitar no sofá, com as luzes todas apagadas, de cabeça encostada na perna dela, e corpo tapado bem quentinho com uma coberta de pena que eu tinha, para assistir simplesmente dois programas que hoje são tachados como bestas e cafonas: a praça é nossa e sabadão sertanejo, nos sábados.

Aquilo que era vida, e eu ainda quis crescer... agora nem uma série que é produzida com milhoes de dólares faz cocegas na minha satisfação e bem estar ao assisti-las.

Reitero: Cresci, mas ainda não vi muitas vantagens nisso.


 
 
 

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